"Eu entreguei Doutora! Eu entreguei a moto! Eu não reagi! Por que atiraram em mim? Por que?".
O questionamento foi feito pela jovem Edivania Martins da Silva, de 30 anos, enquanto era conduzida numa maca à sala de cirurgia do Hospital Regional do Cariri momentos após ser baleada durante assalto em Juazeiro do Norte. Ela estava grávida de quatro meses e foi submetida a uma Laparotomia com a retirada do feto do bebê recolhido pelo rabecão para ser necropsiado na Perícia Forense.
O choro doído da parturiente estava carregado de outros motivos muito distantes da perda de sua motocicleta. Seria o primeiro filho e não haverá outro em decorrência da necessidade de extrair o útero. Edivania segue internada na Unidade de Tratamento Intensivo do HRC após ser baleada nas costas. O crime aconteceu por volta das 22 horas desta sextafeira na Rua Leão XIII (Salesianos), onde foi abordada por dois menores que se aproximaram numa moto de características não informadas.
A dupla estava armada e anunciou o assalto. Como ela disse no seu desabafo ao chegar no hospital, não esboçou qualquer reação entregando sua moto Honda Biz 125 ES de cor preta e placa NUY-5322, inscrição de Juazeiro. Parece não ter sido o suficiente, pois, antes de fugirem, os assaltantes atiraram quando a jovem terminou socorrida por populares. Com o feto extraído foi o 12º homicídio de outubro em Juazeiro e o 121º do ano ou 91,66% do total de 132 assassinatos registrados no decorrer do ano passado.
Por: Demontier Tenório/Agencia Miséria
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