Com escolta armada, homem arremessa objetos para dentro de presídio em Salvador

Imagens captadas pelo circuito de segurança da Unidade Especial Disciplinar (UED), localizada no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, revelam a ação audaciosa de bandidos que fornecem objetos ilícitos para os detentos. Segundo o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb), que divulgou um vídeo nesta quinta-feira (17) retratando uma investida ocorrida no dia 27 de outubro, a prática é diária, porém, a ação chamou a atenção dos agentes pelo 'profissionalismo'.
"Essa situação nos chamou a atenção por conta da vestimenta [vestiam calça] e do preparo. O [homem] que aponta a arma tem noção, não é um amador. Chamou a atenção pelo profissionalismo e por estarem armados", frisa Reivon Pimentel, diretor do Sinspeb, descrevendo a ação dos homens que chegaram ao local através de um matagal e jogaram dois pacotes para o interior do presídio, por volta das 22h30. 
De acordo com o dirigente, a prática é rotineira no complexo prisional. "Isso aqui é corriqueiro, acontece todos os dias no Complexo Penitenciário. Aqui não tem barreira de contenção, não tem muro, não tem cerca e todos os dias são dezenas de arremessos, tanto na UED quanto na Cadeia Pública", afirma.
Segundo o Sindicato, que classifica o trabalho dos agentes como "enxugando gelo", drogas, armas e celulares integram a lista de produtos arremessados diariamente. A distância do local do arremesso até o interior da UED é de aproximadamente 5 metros, diz Reivon. Os ilícitos são 'pescados' pelos presos logo em seguida com 'anzóis', explica. 
Ao Bocão News, o agente disse que as cenas registradas no vídeo foram feitas no acesso para a portaria principal do Complexo e os ilícitos foram jogados na Ala A, onde, entre outros, está detido Fagner Souza da Silva, mais conhecido como "Fal", ligado ao PCC e considerado um dos maiores traficantes da Bahia.
Para Reivon Pimentel, a situação poderia ser combatida com a presença de policiais militares, porém, as guaritas de policiamento estão "constantemente desabitadas", além da necessidade de muros de contenção. 
A reportagem do Bocão News tentou contato com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) para se posicionar sobre as imagens, mas até a publicação da matéria não obteve resposta. Assista:

Vinícius Ribeiro | Fotos: Reprodução