Um auxiliar de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) de Guarulhos, na Grande São Paulo, está sendo investigado por suspeita de compartilhar fotos de cadáveres em grupos de mensagens. O caso está sendo apurado como vilipêndio a cadáver, crime contra o respeito aos mortos.
Segundo o g1, a investigação foi aberta em novembro de 2023. Na época, uma denúncia ao Ministério Público Estadual apontou que o auxiliar de necropsia Eron Marcelo Reis acompanhava estudantes da escola e recebia R$ 100 para deixá-los ter contato com os corpos.
Fotos mostram alunas fazendo pose ao lado de corpos. Ao menos uma delas foi reconhecida como aluna de curso preparatório de necropsia oferecido pela escola onde o auxiliar trabalhava.
Nos grupos de mensagens, foram compartilhados vídeos, prints e fotos que mostravam os rostos e as partes íntimas dos cadáveres. Em nota ao g1, Eron afirmou que as imagens foram compartilhadas em 2021, dentro de um grupo fechado e privado "composto por alunos formados no curso de Necropsia, no qual eu atuei como professor". Além disso, ele alegou que as fotos foram enviadas para fins de "estudos".
Em abril deste ano, o 2º DP de Guarulhos encaminhou um relatório de investigação ao Poder Judiciário, mas o Ministério Público e a Justiça entenderam que outras pessoas envolvidas nas imagens devem ser ouvidas.
A diretora do IML não tinha conhecimento do caso. Questionada sobre os supostos estágios no SVO, a prefeitura de Guarulhos disse que "a Secretaria da Saúde de Guarulhos informa que o funcionário citado não pertence aos quadros do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), mas sim do Instituto Médico Legal (IML), do governo estadual".
Confira o que disse a defesa:
"O propósito primordial deste grupo era estritamente educacional, destinado ao aprendizado sobre anatomia e medicina legal, temas essenciais para a preparação de concursos públicos.
Esse grupo existiu por um breve período de tempo com o objetivo de auxiliar os alunos em seus estudos, em conformidade com as diretrizes da parceria estabelecida legalmente com a escola SUS/SVO. Em nenhum momento foram solicitados ou cobrados valores dos alunos. O valor mencionado de R$ 100,00 refere-se ao pagamento efetuado pela escola ao professor para que este atuasse como responsável técnico, conforme exigido pela referida parceria.
Fui surpreendido com as alegações de investigação, uma vez que minha intenção sempre foi proporcionar um ambiente de aprendizado seguro e ético, sem qualquer intenção de prejudicar qualquer pessoa. Desde o início, houve preocupação em proteger a identidade dos envolvidos, garantindo que nenhum rosto fosse identificado nas fotografias compartilhadas.
Estou colaborando integralmente com as autoridades competentes para esclarecer qualquer mal-entendido e estou à disposição para fornecer todos os demais esclarecimentos necessários."
F.G1
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