terça-feira, dezembro 03, 2024

Câmara de Vereadores de Santo Amaro anula sessão que tentava afastar a prefeita Alessandra Gomes

Na última segunda-feira (2), a Câmara de Vereadores de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, protagonizou um episódio que gerou grande repercussão na cidade. Uma sessão ordinária, que poderia resultar no afastamento da prefeita Alessandra Gomes (PSD), foi anulada devido à falta de cumprimento dos ritos legais estabelecidos pelo regimento interno da Casa e pela legislação vigente.

A sessão, que teve como presidente o vice-presidente da Câmara, Gleiber (Avante), não seguiu as formalidades exigidas para que um afastamento de prefeito ocorra. De acordo com o regimento da Câmara, o processo de afastamento de um prefeito precisa obedecer a uma série de passos, entre eles: a instalação de uma comissão específica, a notificação formal do gestor, a concessão de um prazo para defesa, além de uma votação com aprovação de dois terços dos vereadores. Nenhuma dessas etapas foi cumprida na sessão que tentou discutir o afastamento de Alessandra Gomes.

Outro fator que contribuiu para a nulidade da sessão foi a forma como a reunião foi conduzida. Relatos indicam que o plenário da Câmara foi arrombado para viabilizar a realização da sessão, um procedimento que também violaria os protocolos do local. Além disso, a sessão contou com a presença de apenas oito vereadores, número insuficiente para garantir a legalidade do ato, que exigiria o quórum de dois terços da Casa.

Após uma série de questionamentos e uma ampla repercussão negativa sobre a reunião, o presidente da Câmara, Fabinho (PT), anunciou a anulação da sessão e de seus efeitos. A decisão foi formalizada em um ato administrativo publicado no Diário Oficial da Câmara, onde o presidente justificou que a sessão ordinária realizada não havia sido convocada de maneira adequada, sendo necessária uma convocação extraordinária regimentalmente estabelecida para tratar da pauta. O documento ainda especificou que os serviços legislativos seriam suspensos até o meio-dia naquela segunda-feira, com as atividades sendo retomadas posteriormente.

Em suas declarações, Fabinho reafirmou o compromisso da presidência com a legalidade e a ordem institucional, destacando que “não podemos permitir que interesses pessoais ou partidários ultrapassem o respeito às instituições e à legalidade”. Para o presidente, a sessão que visava afastar a prefeita Alessandra Gomes foi um “atentado contra a democracia e ao povo de Santo Amaro”, e ele garantiu que medidas legais seriam tomadas para que episódios semelhantes não se repetissem.

Vale destacar que o vereador Gleiber, que presidiu a sessão anulada, até as eleições de outubro, era aliado político da prefeita Alessandra Gomes. Ela encerra seu mandato neste mês, com a posse do prefeito eleito, Flaviano Bomfim (União Brasil), marcada para o dia 1º de janeiro de 2025.

A situação gerou tensões internas na Câmara, com relatos de que funcionários da Casa Legislativa foram orientados a deixar as dependências da Câmara após a suspensão das atividades, sob ameaça de demissão. Alguns servidores, em vídeos que circularam nas redes sociais, denunciaram a situação como uma tentativa de “sabotagem” das sessões, com o objetivo de encerrar o mandato da prefeita de forma irregular.

A anulação da sessão e os desdobramentos do caso indicam um momento de grande instabilidade política em Santo Amaro, à medida que se aproxima o fim do mandato da prefeita e a posse do novo prefeito. A situação também coloca em evidência a importância de seguir os trâmites legais e constitucionais nas ações políticas, especialmente em um momento de transição administrativa.

O episódio ainda aguarda desdobramentos, com a expectativa de que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias para garantir que o processo de governança em Santo Amaro siga de acordo com a legalidade e a democracia.
F. Forte na notícia 
Foto: Reprodução/ Leitor BN WhatsApp

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