Um profissional de imprensa foi ameaçado de morte enquanto realizava uma cobertura jornalística na unidade prisional Lemos Brito, nesta terça-feira, dia 24, véspera de Natal. Ele reconheceu e acusou o Diretor de Segurança Prisional (DSP), o Policial Penal Alan Vitor da Silva Santos.
De acordo com o relato da vítima, a ameaça ocorreu enquanto o trabalhador registrava a morte de dois detentos na unidade. O caso chamou a atenção das autoridades e será investigado pela 11ª Delegacia Territorial.
Além da investigação sobre a ameaça, uma apuração separada será realizada para determinar como as drogas foram introduzidas na unidade prisional, o que resultou na morte dos dois detentos e também na internação de outros dois homens que precisaram de atendimento médico. A participação do diretor no caso também pode ser analisada. O Alô Juca ligou diversas vezes para o telefone funcional do diretor, mas as ligações não foram atendidas.
A situação expõe uma série de problemas enfrentados pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP). Recentemente, 16 detentos de alta periculosidade conseguiram fugir do presídio de Eunápolis, e até agora nenhum deles foi recapturado. Durante as buscas por informações, um interno foi forçado a engolir um celular, mas ainda não há detalhes sobre o responsável pelo ato.
Famílias de detentos têm se manifestado contra o tratamento recebido dentro das unidades prisionais, o que intensifica o clima de tensão e insegurança no sistema penitenciário. O Secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, José Castro, foi nomeado em 1º de maio e representa mais uma indicação do MDB para o cargo.
O histórico de José Castro inclui a atuação como assessor na Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) em Salvador. Ele foi exonerado da Semop em 7 de abril de 2022, junto com outros membros do MDB, após a sigla decidir deixar a base aliada do prefeito Bruno Reis (MDB) e se aliar ao grupo de apoio ao então Governador Rui Costa (PT).
De acordo com um representante do sindicato dos radialistas, a situação atual evidencia a fragilidade do sistema prisional na Bahia e levanta questões sobre a segurança dos profissionais de imprensa que atuam em áreas sensíveis. A ameaça de morte a um trabalhador em plena cobertura de um fato tão grave revela um ambiente hostil que precisa ser urgentemente abordado pelas autoridades competentes.
F. Alô Juca
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