Veruska realizou cirurgias no abdômen, mamas e nádegas em um único procedimento, que durou cerca de 15 horas – iniciado às 9h de segunda-feira (17) e finalizado à meia-noite desta terça (18). De acordo com familiares, apenas o marido da corretora sabia dos planos de realização dos procedimentos. A irmã de Veruska, Soraya Rendall, afirmou que a família foi mantida fora da decisão a pedido da própria vítima, que estava animada com a cirurgia.
Falta de estrutura e questionamentos
Quando Veruska passou mal, foi atendida por uma médica plantonista na clínica, que acionou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) para auxiliar no caso. No entanto, o local não possuía sala de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), apenas equipamentos de ressuscitação. A irmã da vítima questionou a capacidade da equipe para lidar com emergências.
“O médico fez a cirurgia e foi embora. Ele mesmo disse que não havia outro médico na clínica. Poderia ter um enfermeiro, mas não sabemos se essa pessoa estava capacitada para fazer uma reanimação”, relatou Soraya. Ela também criticou a decisão de realizar três cirurgias simultaneamente: “Cabia aos médicos não permitir que fizesse tudo de uma vez. A paciente quer ficar bonita, mas era para falar: ‘Vamos fazer parte agora e outra em seis meses'”.
Exames prévios e investigação em andamento
Soraya destacou que Veruska realizou todos os exames necessários antes das cirurgias e não apresentava problemas de saúde conhecidos. A família acredita que a extensão do procedimento pode ter contribuído para o desfecho trágico. O delegado Nilton Borba, titular da 7ª Delegacia Territorial (DT/Rio Vermelho), informou que a causa da morte só será confirmada após a análise dos laudos periciais. O médico responsável será ouvido, mas as investigações dependerão dos resultados dos exames.
Luto e despedida
Veruska deixa uma filha de 16 anos, que mora em Portugal com o pai. A adolescente está a caminho de Salvador para o sepultamento, marcado para quinta-feira (20). A família aguarda respostas sobre as circunstâncias da morte e cobra responsabilidade dos profissionais envolvidos. O caso reacende o debate sobre a segurança em procedimentos estéticos e a necessidade de maior rigor na regulamentação de clínicas especializadas. Enquanto isso, a comunidade de Salvador se mobiliza para prestar apoio à família enlutada.
F. Blog do Marcelo
Nenhum comentário:
Postar um comentário