De acordo com relatos de testemunhas e imagens de câmeras de segurança, Maria Luísa estava no balanço com outras três crianças quando duas meninas mais velhas começaram a empurrá-las. De repente, uma das pilastras revestidas de madeira cedeu e caiu sobre a cabeça da pequena, causando ferimentos graves. Um funcionário do condomínio, que ouviu o barulho, encontrou a menina sob os escombros, com lesões na cabeça e no braço. Apesar dos esforços para socorrê-la, Maria Luísa não resistiu.
Obras irregulares e falta de fiscalização
A estrutura do playground, que havia passado por uma reforma recente, é apontada como a principal causa do acidente. Moradores do condomínio relataram que as obras foram realizadas sem a aprovação de uma assembleia e sem consulta a engenheiros ou bombeiros. Segundo um residente, o síndico teria mandado instalar dois dormentes de madeira maciça com ganchos e uma rede para balanço na área infantil, mas a fixação não foi feita de forma adequada. “Os dormentes não estavam bem presos, e isso pode ter provocado o desabamento”, afirmou o morador, que preferiu não se identificar.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) foi acionado para realizar uma perícia no local e apurar se houve erros no projeto, na execução ou na manutenção da estrutura. A Polícia Civil também abriu investigação e deve ouvir o síndico e outras testemunhas na 42ª Delegacia de Polícia (Recreio). O delegado Alan Luxardo, responsável pelo caso, adiantou que os responsáveis pela obra irregular responderão por homicídio culposo – quando não há intenção de matar. “Qualquer um que tenha errado será indiciado e responsabilizado. Vamos analisar o laudo pericial e as provas testemunhais para atribuir a responsabilidade”, declarou Luxardo.
Velório e comoção
O corpo de Maria Luísa está sendo velado no Cemitério da Penitência, no Caju, zona portuária do Rio. A morte da menina comoveu familiares, amigos e vizinhos, que se reuniram para prestar homenagens. “Era uma criança cheia de vida, sempre sorridente. É difícil acreditar que algo assim aconteceu”, desabafou uma amiga da família. O caso reacendeu o debate sobre a segurança em áreas comuns de condomínios e a necessidade de fiscalização rigorosa em obras e reformas. Enquanto a perícia do Crea-RJ e a investigação policial seguem em andamento, a comunidade do Recreio dos Bandeirantes se une em luto pela perda de Maria Luísa, cuja vida foi interrompida de forma tão abrupta e trágica.
F blog do Marcelo
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