Letícia Moura dos Santos Silveira, 18 anos, ainda enfrenta as consequências físicas e emocionais após ser baleada e feita refém durante um assalto à loja de celulares onde trabalhava, no centro de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. O crime, ocorrido em 19 de dezembro de 2024, foi transmitido em uma live nas redes sociais, assistida por mais de 30 mil espectadores, enquanto policiais negociavam a libertação das vítimas.
Fuga e tiros
Por volta do meio-dia, Letícia se preparava para o almoço quando um homem armado invadiu a galeria comercial. Ao perceber a confusão, ela e colegas correram para um depósito no segundo andar da loja. O agressor, no entanto, seguiu o grupo. “Meu gerente tentou impedi-lo, mas não conseguiu. Em vez de persegui-lo, o homem veio para onde estávamos”, relata a jovem.Dentro do pequeno cômodo, Letícia, outra funcionária e uma cliente foram mantidas sob ameaça. O sequestrador, que agia de forma violenta, efetuou vários disparos. A estudante foi atingida sete vezes – no braço, nas pernas e no tórax. “Era um desespero enorme. Eu desmaiava de dor e pensava que não sairia dali viva”, desabafa.
Negociação em tempo real
A situação se prolongou por mais de quatro horas, com a polícia tentando convencer o criminoso a se render. Para facilitar a comunicação, os agentes pediram que ele mostrasse o estado das reféns. Foi então que uma das vítimas iniciou uma transmissão ao vivo pelo celular, expondo a cena a milhares de pessoas. “Ele estava muito alterado, parecia drogado, mas depois começou a ficar com medo”, lembra Letícia. Nas imagens, o homem pedia que familiares fossem chamados e expressava temor pela própria vida.
Sequela e recuperação
Após a rendição do suspeito, Letícia foi internada por 13 dias, passou por cinco cirurgias e precisou de fisioterapia para recuperar os movimentos do braço. O trauma psicológico, porém, persiste. “Tinha medo até de sair de casa. Qualquer barulho me assustava. Não consigo nem pensar em voltar àquela loja”, confessa. O acusado foi preso em flagrante e responde por cárcere privado, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. A motivação do crime ainda é desconhecida, já que ele se recusou a dar depoimentos. Enquanto aguarda julgamento, Letícia tenta reconstruir a vida, marcada por uma tarde de terror que virou notícia em todo o país.
F. Blog do Marcelo
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