Fim de uma era política
George Góis foi uma das figuras mais influentes da política de Sapeaçu nas últimas décadas, tendo governado o município por quatro mandatos — entre 2005 e 2012, e depois entre 2017 até junho de 2024, quando passou o comando para Ramon de Sena. Além de político, atuava como médico no Hospital Municipal de Sapeaçu (HMS), onde construiu parte de sua trajetória profissional.
A saída de George do quadro da saúde pública representa, mais do que uma simples exoneração, um rompimento político definitivo, que já vinha sendo especulado há meses devido a desentendimentos entre o ex-prefeito e o atual gestor.
Tensão nos bastidores e embates nas redes sociais
Conforme fontes próximas à administração municipal, o clima entre os dois já não era amistoso desde os primeiros meses da nova gestão. Atitudes consideradas desrespeitosas por parte de George Góis e seus aliados geraram desconforto entre os vereadores e membros do grupo de Ramon.
O atual prefeito, no entanto, manteve até aqui uma postura de serenidade. Em conversa com a imprensa, destacou:
“Ninguém nunca vai me ver em Sapeaçu xingando ou rebaixando ninguém. Respeito a todos e procuro sempre o campo da paz.”
Mesmo assim, o ambiente político foi se deteriorando, especialmente após a eleição da presidência da Câmara de Vereadores, em janeiro de 2025. Na ocasião, George Góis apoiou o vereador Cézar de Cal, contrariando a preferência do grupo de Ramon, que esperava ver Lucas de Neuza na presidência da Casa. O episódio causou uma fissura que nunca mais foi totalmente cicatrizada.
Investimentos e alianças fortalecem gestão atual
Um ponto de inflexão na relação entre os dois foi a aproximação de Ramon de Sena com o Governo do Estado, intermediada pelo grupo do ex-prefeito Jonival Lucas. A aliança garantiu ao município investimentos estimados em R$ 65 milhões, o que gerou incômodo no grupo do ex-prefeito George Góis.
Além disso, a reabertura do Hospital Nossa Senhora da Conceição, fechada por anos durante gestões anteriores, teve total apoio do atual prefeito. Com articulação junto ao Governo do Estado e ao grupo de oposição, o hospital passou a ser administrado pelo INSPI e agora atende toda a população da região.
Segundo interlocutores da atual gestão, a reabertura da unidade hospitalar foi um divisor de águas:
"Não fazia sentido manter um hospital fechado. Nossa bandeira é o povo de Sapeaçu", afirmou Ramon de Sena à época.
Clima insustentável
De acordo com informações de bastidores, o desgaste chegou a um ponto sem retorno após declarações consideradas ofensivas e inaceitáveis por parte de George Góis contra o atual prefeito. Isso selou o destino da relação política entre ambos.
Rumo ao futuro
Com o rompimento consolidado, Ramon de Sena segue com seu próprio grupo político, alinhado ao Governo Estadual e com foco na continuidade das obras e projetos que vêm sendo executados nos últimos meses. Já o ex-prefeito George Góis deverá redefinir seus caminhos políticos a partir de agora, longe da gestão que ajudou a eleger, mas da qual hoje se distancia publicamente.
Texto base Bahia 24 hs
Redação Sapeaçu na midia
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