segunda-feira, setembro 22, 2025

“Eu senti que poderia ter sido eu”, revela vítima de estupro na delegacia sobre suspeito de feminicídio

Uma mulher de 42 anos, vítima de estupro, procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) em Feira de Santana para denunciar mais um vez Edimilson dos Santos Araújo, de 34 anos. O homem está preso e já confessou dois assassinatos de mulheres na cidade. Em um depoimento, a mulher explicou como conheceu o agressor e o terror que viveu, revelando o medo de que sua história se repetisse.

“Eu o conheci numa casa de shows aqui em Feira de Santana. Trocamos telefones e começamos a conversar. Ele parecia uma pessoa decente, trabalhadora, honesta. É isso que ele passa para as pessoas, entendeu? Marcamos de nos encontrar em um boteco e conversamos muito sobre a vida”, relatou a vítima, descrevendo a fachada de normalidade que o agressor apresentava.

A vítima, que prefere não se identificar, detalhou o momento em que o suspeito a ameaçou em sua própria casa. “Ele foi à minha casa. Disse que ia chamar um Uber, mas não foi isso que aconteceu. Ele queria algo mais e eu não aceitei. Ele pegou uma faca, me deu um mata-leão e apertou minha boca para eu não gritar, pois eu havia começado a gritar para os vizinhos. Com a faca, ele pediu para que eu tirasse a roupa, e eu tirei”, disse, com a voz embargada.

Após o crime, o agressor apagou as conversas do WhatsApp e as fotos que havia enviado para a vítima. A mulher, ainda traumatizada, revelou o medo de expor a situação e o impacto da violência em sua vida. “Eu frequento psicólogo. Poucas pessoas da minha família sabem, porque a gente fica com vergonha de falar de uma situação dessas e também com medo do julgamento”, confessou. Ouça

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Ao saber dos feminicídios, a vítima sentiu que poderia ter sido ela. “Eu senti que poderia ter sido eu, porque da mesma forma que ele a estrangulou, ele fez comigo”, disse, emocionada.


Em um apelo emocionante, ela encorajou outras mulheres a denunciarem. “Eu estou aqui para pedir a vocês, mulheres, que passam pela mesma situação que eu passei e, graças a Deus, estou viva para fazer este apelo. Peço para vocês que, se passarem por isso, venham à delegacia. Se não quiserem se identificar, é só pedir. Mas venham para que a gente consiga mantê-lo preso”, implorou.


Blog Central de Polícia, com informações e foto Denivaldo Costa

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