sexta-feira, setembro 05, 2025

Tristeza: Faleceu aos 29 anos o professor brumadense Carlos Eduardo “Kadu”, vítima de mal súbito por estresse no trabalho


O professor de História Carlos Eduardo Meira Batista, de 29 anos, conhecido carinhosamente como Kadu, faleceu no último domingo (31), em decorrência de um infarto, em Recursolândia, interior do Tocantins. Natural de Brumado, na Bahia, Kadu atuava na Escola Estadual Recurso I desde janeiro deste ano e havia sido recentemente efetivado pela Secretaria da Educação do Estado (Seduc). Sua morte, apesar de súbita, não surpreendeu colegas e amigos, que relatam um cenário de esgotamento físico e emocional agravado por condições de trabalho insustentáveis.

Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, o professor enfrentava um ambiente escolar hostil há meses. Kadu protocolou ao menos três pedidos de remoção da unidade, todos acompanhados de laudos médicos que atestavam agravamento de seu quadro de saúde mental e a necessidade de tratamento em centros médicos fora da cidade. O primeiro pedido foi negado sob o argumento de que ele ainda estava em estágio probatório. O segundo, aprovado internamente, seria publicado oficialmente apenas na segunda-feira (1º), um dia após seu falecimento — um detalhe que tem gerado indignação entre familiares e colegas.

Relatos de professores que trabalhavam ao lado de Kadu indicam que ele era alvo frequente de assédio moral por parte de outros servidores, além de sofrer com o descaso institucional diante de suas solicitações. “Ele se sentia isolado. Havia colegas que o excluíam das reuniões, zombavam da sua postura e até questionavam sua competência, mesmo ele sendo um dos mais dedicados”, afirmou uma professora que pediu para não ser identificada. Além disso, alunos também teriam contribuído para o clima de tensão. Testemunhas relatam que Kadu era frequentemente alvo de bullying em sala de aula, com estudantes arremessando bolinhas de papel contendo pedras durante as aulas — uma prática que, segundo colegas, foi ignorada pela direção da escola.

A pressão constante levou o professor a desenvolver um quadro grave de ansiedade e estresse crônico. Amigos próximos revelaram que ele estava em tratamento com três medicamentos de tarja preta, prescritos por psiquiatra, e que havia perdido peso significativo nos últimos meses. “Ele não dormia direito, vivia com medo de ir trabalhar. Dizia que parecia estar sendo punido por querer fazer bem o seu trabalho”, contou um amigo. A morte de Kadu provocou comoção na comunidade escolar e nas redes sociais, onde educadores de todo o país passaram a compartilhar experiências semelhantes. Movimentos em defesa da saúde mental no ambiente docente já cobram investigação sobre as condições de trabalho na unidade e um posicionamento oficial da Seduc. A Secretaria informou, por meio de nota, que lamenta o ocorrido e que “está apurando as circunstâncias relacionadas ao caso”. Até o momento, nenhuma medida concreta foi anunciada. Enquanto isso, amigos e familiares se preparam para o sepultamento, enquanto o debate sobre a precarização do trabalho docente ganha força — não apenas no Tocantins, mas em todo o país.



F.BLOG DO MARCELO 


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