terça-feira, outubro 28, 2025

Identificada a origem do “lixo espacial” que reentrou na atmosfera, provocando clarão e estrondo ouvido em Conquista


Moradores de diversas regiões do interior da Bahia foram surpreendidos na noite de segunda-feira (27) por um espetáculo celeste incomum: uma intensa bola de fogo cruzou o céu de oeste a leste, deixando um rastro luminoso visível em cidades como Bom Jesus da Lapa, Caetité, Guanambi, Brumado, Jequié, Itiruçu, São Félix do Coribe, Itambé e Vitória da Conquista. Em alguns locais, testemunhas relataram ainda ter ouvido um estrondo semelhante a um trovão, ampliando o clima de mistério.

As imagens do fenômeno se espalharam rapidamente pelas redes sociais, gerando desde interpretações religiosas — com internautas associando o evento a “sinais do fim dos tempos” — até hipóteses baseadas na ciência. Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, especialistas consultados apontam que o objeto luminoso pode ser destroço de um foguete chinês lançado em 2024, especificamente do modelo Long March 7A, usado para colocar em órbita o satélite ChinaSat-3A em junho do ano passado.

Embora não haja ainda confirmação oficial de agências espaciais, a descrição do evento — incluindo velocidade, trajetória e brilho — se assemelha fortemente a reentradas de lixo espacial na atmosfera terrestre. Durante esse processo, os fragmentos se aquecem intensamente devido ao atrito com o ar, criando o efeito visual de uma “bola de fogo” seguida por estilhaços incandescentes.

Restos do “Falcon 9” caíram em maio

Esse não é o primeiro caso recente no Sudoeste da Bahia. Em 14 de maio de 2025, destroços do foguete Falcon 9, da SpaceX, foram vistos sobre Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e também na Bahia. Na ocasião, a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) confirmou tratar-se de remanescentes do veículo espacial NORAD 4010, lançado uma década antes.

Com o crescimento exponencial do número de satélites em órbita — impulsionado por empresas privadas e programas governamentais —, a reentrada descontrolada de estruturas espaciais tem se tornado mais comum. Apesar do espetáculo visual, o risco de impacto em áreas habitadas é considerado extremamente baixo: cerca de 70% da superfície terrestre é coberta por oceanos, e a maior parte dos fragmentos se desintegra completamente antes de atingir o solo. Enquanto isso, moradores das cidades baianas continuam divididos entre o fascínio e o temor diante do que viram nos céus. Para a comunidade científica, porém, o episódio serve como mais um lembrete da necessidade de regulamentar e monitorar com rigor os resíduos deixados nas órbitas terrestres.


F.BLOG DO MARCELO 

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