Uma mulher trans identificada como Lea Pui Castro, de 54 anos, foi agredida e esfaqueada pelo companheiro, de nome Eliomar, após uma discussão motivada por ciúmes, na cidade de Madre de Deus, Região Metropolitana de Salvador (RMS), na noite de terça-feira (28/10). A vítima, que é cabeleireira na cidade, foi hospitalizada e recebeu mais de 60 pontos no corpo, especialmente no rosto e no tórax.
Informações obtidas pelo Informe Baiano trazem que as agressões ocorreram após Eliomar ter visto mensagens no celular de Lea Pui, tendo iniciado um ataque de fúria por ciúmes. Como a vítima não entregou o aparelho, o rapaz partiu para as agressões.
Pui foi levada para o hospital e permanece internada até o momento. O caso é investigado pela 17ª Delegacia Territorial (DT/Madre de Deus) e os policiais seguem tentando localizar Eliomar.
Por meio de nota, o Grupo Arco-Íris LGBTQIA+ de Madre de Deus repudiou a agressão contra Lea Pui e cobrou rigor das autoridades no caso:
“A Mesa Diretora do Grupo Arco-Íris LGBTQIA+ de Madre de Deus vem a público manifestar profunda indignação, dor e repúdio diante do gravíssimo ato de violência ocorrido em nossa cidade, que teve como vítima Lea Pui, mulher trans, amiga querida e figura respeitada por toda a comunidade.
Pui foi vítima de uma tentativa de feminicídio cometida por seu companheiro, um crime brutal, covarde e inaceitável, que hoje a mantém hospitalizada em estado delicado. Este episódio, que choca e entristece toda Madre de Deus, não pode ser tratado como mais um caso de violência doméstica: ele é expressão direta do machismo, da transfobia e do ódio que ainda ameaçam a vida de tantas pessoas LGBTQIA+ e de tantas mulheres.
O Grupo Arco-Íris LGBTQIA+ repudia toda e qualquer forma de violência, reafirmando seu compromisso com a defesa incondicional da vida, da dignidade e do direito de existir com segurança e respeito.
É inadmissível que crimes tão graves sigam acontecendo e, pior, permaneçam sem punição. Exigimos das autoridades competentes — em especial das forças de segurança, do Ministério Público e dos órgãos de proteção às pessoas LGBTQIA+ e às mulheres — que tomem todas as providências cabíveis para garantir justiça e responsabilizar o agressor.
Na última semana, Madre de Deus foi palco da Parada da Diversidade, um ato de celebração, resistência e amor. Poucos dias depois, nossa cidade é novamente ferida pela violência. Esse contraste escancara o quanto ainda precisamos lutar para que o respeito e a igualdade deixem de ser apenas palavras e se tornem prática cotidiana.
Reafirmamos que estamos abertos, atentos e solidários, e seguiremos firmes em nossa missão de construir uma cidade mais segura, justa e humana — para todas, todos e todes
Não nos calaremos diante da violência. Dizer “não” à LGBTfobia e à violência de gênero é um compromisso coletivo.
Hoje, nossa voz se une à de Lea Pui e de tantas outras pessoas que resistem. Que a justiça prevaleça”.
F.IB

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