A família do cantor e compositor Jimmy Cliff, um dos maiores nomes da história do reggae, anunciou a morte do artista em um comunicado emocionado divulgado nesta segunda-feira (24). Segundo o texto assinado pela esposa, Latifa, o músico morreu aos 81 anos após sofrer uma convulsão seguida de pneumonia.
“É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, partiu após uma convulsão seguida de pneumonia,” escreveu Latifa. “Agradeço à família, amigos, artistas e colegas que dividiram essa jornada com ele. Aos fãs ao redor do mundo, saibam que o apoio de vocês foi sua força durante toda a carreira. Ele valorizava profundamente o amor de cada um.”
A esposa também expressou gratidão à equipe médica e pediu privacidade no momento de luto. O comunicado, finalizado por Latifa, Lilty e Aken, informa que mais detalhes serão divulgados posteriormente.
Jimmy Cliff, conhecido mundialmente por clássicos como “The Harder They Come”, “You Can Get It If You Really Want” e “Many Rivers to Cross”, foi um dos pilares do reggae e do ska jamaicano, tendo influenciado gerações de artistas em todo o mundo.
No Brasil, país com o qual manteve uma relação afetiva e artística duradoura, a notícia ressoa com ainda mais força. Jimmy Cliff partiu aos 81 anos. O artista vivia em Kingston, mas seguia ativo, compondo e preparando novos projetos.
A morte ocorre poucos anos depois de ele ter lançado “Human touch”, seu último single. O adeus a Cliff reacende memórias de sua profunda conexão com o Brasil, onde escreveu capítulos decisivos da carreira e da vida pessoal.
A relação começou em 1968, quando desembarcou no Rio para defender a canção “Waterfall” no Festival Internacional da Canção. Inspirado pela energia local, começou ali a compor “Wonderful world, beautiful people”, uma de suas músicas mais conhecidas. No mesmo ano, gravou o LP “Jimmy Cliff in Brazil”
Durante os anos 1980, Cliff esteve tantas vezes no país que virou folclore entre fãs cariocas. Em 1984, reforçou a ligação carioca ao gravar, nas praias do Rio, o clipe de “We all are one”.
Cliff ampliou os laços com a Bahia, estado onde mergulhou na história da diáspora africana e encontrou uma espécie de reencontro espiritual. “Ter visto isso e ter feito parte disso é sensacional,” disse, sobre sua relação com a cultura afro-brasileira.
Foi em Salvador, em 1992, que nasceu sua filha, Nabiyah Be, fruto do relacionamento com a psicóloga Sônia Gomes da Silva. Anos depois, Nabiyah estrearia no cinema em “Pantera Negra”.
A Bahia também marcou um dos episódios mais sensíveis de sua carreira. Em 1980, Cliff recebeu, momentos antes de subir ao palco ao lado de Gilberto Gil, a notícia da morte do pai.
O Brasil também acompanhou a expansão de Jimmy Cliff para o cinema. Em 1972, ele protagonizou “The harder they come” (“Balada sangrenta”), filme que abriu portas internacionais para o reggae. Décadas depois, Cliff revisitaria o clássico ao cantar a versão brasileira “Querem meu sangue” com os Titãs no “Acústico MTV”.
A notícia de sua morte encerra uma história que tocou profundamente a música brasileira e inspirou gerações de artistas locais. Jimmy Cliff se despede, mas permanece em seu vasto legado musical.
Fonte: Blog do Valente

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