quarta-feira, dezembro 10, 2025

O RESGATE DE UMA TRADIÇÃO: A GUERRA DE ESPADAS E A HOMENAGEM A NEM DE AGENOR EM SAPEAÇU

A Guerra de Espadas sempre foi um tema que divide opiniões em Sapeaçu. Para alguns, a prática desperta medo e rejeição, especialmente pelos incidentes registrados ao longo dos anos. Para outros, representa a essência de uma cultura profundamente enraizada na identidade do povo sapeaçuense — um ritual que atravessa gerações, carrega memórias afetivas e fortalece laços comunitários.

Em meio a essas visões distintas, surge um debate importante: seria possível resgatar essa tradição de forma segura, responsável e adaptada aos novos tempos? Para muitos, a resposta é sim — desde que regulamentada e conduzida com rigor, garantindo que a cultura seja preservada sem colocar vidas em risco.

A volta da Guerra de Espadas: resgate cultural e memória viva

O possível retorno da Guerra de Espadas em 2026 traz não apenas expectativa, mas também emoção. A iniciativa surge como uma forma de manter acesa uma chama histórica que moldou parte da identidade de Sapeaçu.

A homenagem ao amigo Nem de Agenor, um dos grandes nomes da tradição, é vista como mais que justa. Ele foi um “tocador de espadas” dos mais antigos, símbolo de coragem, destreza e paixão pelo fogo que ilumina as noites juninas. Celebrá-lo significa honrar todos os que ajudaram a construir essa cultura.

Uma tradição marcada por grandes nomes

Homenagear Nem de Agenor é reverenciar também uma legião de espadeiros que fizeram história, entre eles:

Os Bozos

Saudoso Laboro

O povo da Rua Nova

Tocadores do Jaqueirão (em tempos mais recentes)

Santana, Vermelho, Bedeu, Ita de Filomena, Guidão, Amaral, Pião da Rua Nova, Neto do Gelo, Pía de Dete Lima, Pintinho (Castro Alves), Neto Becin, Agnaldo da Rua Nova, entre tantos outros.

A família de Juquinha e Márcio de Dona Aildil

Márcio Gordo, César de Fanu, Arnoldo, Bebete, Sid

De um recorte mais antigo: Anterio, Talo

E numa geração mais nova: Dante, Ney, Dico, Léo da Vela, Fabinho, Toni, Tarcísio, sobrinhos da professora Ite, que eternizou a cultura das espadas em sua obra literária.


São memórias que atravessam décadas — lembranças das noites em que as luzes dos postes eram apagadas para que a cidade pudesse apreciar o espetáculo da luminosidade e da adrenalina provocada pelas espadas. Recordações das famosas guerras em frente à casa de Nezinho Borges, marcadas pelos confrontos entre a turma de baixo (Bozos) e a turma da Rua Nova.

Entre a paixão e a preocupação

Apesar da beleza cultural, não se ignora o lado doloroso da tradição. Há registros de acidentes, pessoas feridas e até vidas perdidas ao longo dos anos. Por isso, qualquer possibilidade de retorno passa pela responsabilidade e pela modernização das regras.

Nada agrada a todos — mas tudo que faz parte da identidade de um povo merece ser analisado com respeito, diálogo e consciência.

O valor cultural que atrai visitantes e preserva a história

Sapeaçu sempre foi reconhecida não apenas pela hospitalidade de seu povo, mas também pelo brilho das espadas que iluminaram muitas festas juninas. A tradição atraiu, por anos, visitantes de várias regiões, curiosos pela coragem dos tocadores e pela energia única do espetáculo.

Resgatar a Guerra de Espadas significa resgatar parte da alma da cidade — sua história, suas raízes e seus personagens.

Parabéns aos que mantêm viva essa memória

A homenagem a Nem de Agenor representa todas as mãos, todos os olhos e todos os corações que já vibraram com o som e a luz das espadas. Parabéns também a Márcio de Juquinha, idealizador da iniciativa, e a todos os que fizeram e fazem parte dessa história centenária.

Parabéns, Sapeaçu, por preservar sua cultura e valorizar sua gente.
Um povo sem memória é um povo sem identidade — e Sapeaçu segue mostrando que honra seu passado.

Parabéns a Paulo Eletricista guerreiro que sempre tá ativo na luta. 
Redação Sapeaçu na midia 

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