Após a confirmação da morte do cantor Lindomar Castilho, aos 85 anos, neste sábado (20), Lili De Grammont, filha do músico, comentou a relação com o pai e as consequências do crime cometido por ele. Em 1981, Castilho matou a ex-esposa, Eliane de Grammont, a tiros, durante uma apresentação em São Paulo.
“Meu pai partiu! E, como qualquer ser humano, ele é finito. Ele é só mais um ser humano que se desviou com sua vaidade e narcisismo. E, ao tirar a vida da minha mãe, também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira”, escreveu Lili em uma publicação nas redes sociais.
No texto escrito pela coreógrafa, ela refletiu sobre os questionamentos a respeito de ter perdoado o pai, afirmando que a resposta “envolve tudo e todas as camadas das dores e delícias de ser um ser complexo e em evolução”.
“Diante de tudo isso, desejo que a alma dele se cure, que sua masculinidade tóxica tenha sido transformada”, declarou. “Pai, descanse e que Deus te receba com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance”, acrescentou.
Conhecido nacionalmente como o “Rei do Bolero”, Lindomar Castilho foi um dos artistas mais populares do país nos anos 1970. Dono de uma voz intensa e carregada de emoção, destacou-se em boleros e sambas-canção que dominaram as rádios e renderam milhões de discos vendidos.
Entre suas canções mais lembradas está “Você É Doida Demais”, que ganhou nova projeção décadas depois ao se tornar tema de abertura da série Os Normais, exibida pela TV Globo entre 2001 e 2003.
Após o assassinato de Eliane, Lindomar foi condenado a 12 anos de prisão, cumpriu parte da pena e deixou o sistema prisional na década de 1990. Após ganhar liberdade, o cantor ainda tentou retomar a vida artística. Em 2000, lançou um álbum ao vivo, mas, com o passar dos anos, foi se afastando dos palcos e passou a viver de forma discreta, longe da exposição pública que marcou o auge de sua trajetória.
F. CORREIO

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