Vereador denuncia ao vivo suposta compra de voto de R$ 100 mil em eleição da Câmara em MG

Uma denúncia feita ao vivo durante sessão da Câmara Municipal de Mercês, na Zona da Mata mineira, levou à abertura de um inquérito pela Polícia Civil e a uma apuração do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O vereador Marcelio Estevam Teixeira, conhecido como Marcelo Moto Som (Mobiliza), afirmou ter recebido R$ 100 mil para vender seu voto na escolha da Mesa Diretora para o ano de 2026. A gravação oficial da Câmara, publicada em rede social, mostra o momento em que ele exibe a quantia em dinheiro que, segundo relatou, teria sido entregue horas antes da votação.

A denúncia envolveu um empresário da cidade, Calixto Domingos Neto, apontado pelo vereador como o responsável por oferecer R$ 50 mil em espécie e outros R$ 50 mil em cheque para direcionar o voto em José Ivanio de Oliveira (PSD), candidato apoiado pelo suposto intermediador. Após a revelação, a Polícia Militar foi acionada e apreendeu o dinheiro, enquanto o delegado Arthur Simões instaurou inquérito para apurar eventual crime de corrupção.

De acordo com o vereador, o empresário o teria procurado diversas vezes nos últimos dois meses, insistindo para que o voto fosse direcionado. Ele afirmou possuir vídeos e áudios que comprovariam a entrega dos valores. O registro policial também aponta que o objetivo seria favorecer um grupo político interessado em garantir a ocupação da Prefeitura, caso o prefeito eleito, Donizete Calixto (Mobiliza), não revertesse sua situação jurídica no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como a candidatura dele foi indeferida nas eleições de 2024, o novo presidente da Câmara poderá assumir interinamente o Executivo.

Ainda segundo a ocorrência, o empresário citado é proprietário do posto responsável pelo fornecimento de combustível à Prefeitura nas últimas gestões. Ele teria acompanhado a votação, deixando o plenário logo após a denúncia. Procurado, Calixto Domingos Neto não comentou o caso. Já a defesa do vereador afirmou que o registro foi feito para permitir investigação completa.

F.BAHIA 24 HS