terça-feira, outubro 03, 2017

'Se foi ele, que apodreça na cadeia', diz mãe de comerciante morta em Itapuã



Para familiares de moradoras do bairro assassinadas, dono de lava a jato é principal suspeito dos crimes
“Se foi ele, que apodreça na cadeia, para que mais nenhuma mãe passe pelo que eu estou passando”. Foi com essas palavras que a doméstica Maria Nazaré Xavier dos Santos, 51 anos, respondeu às suspeitas de que o dono de lava a jato João Paulo Castro Moreira, 30, acusado pela polícia de matar a recepcionista Marília Matércia Sampaio de Andrade, 32, também tenha sido o responsável pela morte de sua filha, encontrada morta na estrada CIA-Aeroporto, em julho. 
                    
Na ocasião, a comerciante Nadjane Santos de Jesus, 30, filha de dona Nazaré, foi sequestrada na Rua Santos Soares, em Itapuã, onde morava, e, depois, desovada na BA-526, na Região Metropolitana de Salvador. Ela tinha saído com o cachorro Mayck para comprar feijão fradinho para fazer o almoço em sua casa.
Ao CORREIO, familiares da recepcionista disseram acreditar que o suspeito pode ter cometido os dois crimes. O lugar onde o corpo de Marilia foi deixado é perto de onde Nadjane foi encontrada morta. As duas moravam a 15 minutos de distância uma da outra.
Dona Nazaré acredita que a forma como as duas foram mortas é um forte indício de relação entre os casos.
“De imediato, eu não vi ligação, não. Nadjane foi pega sem roupa, mas não foi estuprada. E, pelo que soube, a outra menina estava com todas as roupas. A maior ligação é de elas terem sido asfixiadas”, afirmou.
Logo após cada um dos feminicídios, parentes das duas vítimas disseram que acreditavam que elas tinham sido forçadas a entrar em um carro antes de desaparecer. 
A mãe de Nadjane chegou a conversar com o delegado que investiga o caso da filha nesta segunda-feira (2), mas diz que sua ida ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) não foi motivada pela prisão de João Paulo, que é dono de um lava a jato em Mussurunga e foi preso acusado de matar Marília Matércia, no sábado. “A gente foi porque toda segunda-feira, faça chuva ou faça sol, eu estou lá. Conversando com o delegado, eu perguntei se tinha alguma ligação e ele me passou que ainda não. Ele pediu cautela e disse que a polícia está investigando”, comentou dona Nazaré. Mesmo assim, ela diz que espera que a justiça seja feita.
“É só por justiça que eu luto agora. Minha filha era trabalhadeira, nunca se envolveu com droga. A perda de um filho é uma dor inacabável. Essa dor não passa nunca”, desabafou.
Manifestação
                
Em setembro, a família e os amigos de Nadjane fizeram uma manifestação em Itapuã, cobrando uma solução para o caso. Na ocasião, o padrasto de Nadjane, o aposentado Antônio José dos Santos, 67, contou que eles também pretendiam fazer uma manifestação no local onde ela tinha sido encontrada.
Na manhã desta segunda, ele voltou a afirmar que o ato deve acontecer. “O delegado pediu que a gente tivesse cautela e estamos vendo a possibilidade de fazer uma caminhada no local. A gente fica na expectativa de confirmar a data”, afirmou
Parentes e amigos de Nadjante percorreram ruas de Itapuã, no último dia 17, cobrando respostas sobre o caso.
No dia em que foi morta, uma câmera de um estabelecimento da rua registrou Nadjane passando com o cachorro às 7h19. Depois, um vizinho disse à família que viu quando a comerciante passou com o cachorro, nesse mesmo horário.
Desde a morte da filha, dona Nazaré começou uma peregrinação. É por isso que, pelo menos uma vez por semana, vai até a sede do DHPP, na Pituba, cobrar atualizações sobre o caso.
Correios

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Após denúncia de sequestro, PM apreende arma de fogo em Muritiba

Durante buscas no interior de uma residência, os policiais conseguiram apreender arma de fogo, roupas, aparelhos celulares e doc...