sexta-feira, fevereiro 02, 2024

"Uma equipe médica fria e sem preparo", diz mãe de criança que morreu após ter atendimento negado no HEC

Brayan Bastos Barreto, de apenas 1 ano e 3 meses, faleceu na sexta (26) no Hospital Estadual da Criança (HEC) em Feira de Santana. Oficialmente, não há informações a respeito da causa da morte, porém, a mãe da criança, Natália Bastos, relatou em entrevista ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM, na manhã desta terça (30), que seu filho teve o atendimento inicial negado no HEC por conta de uma norma interna do Hospital, sendo transferido para a UPA Estadual.

"Brayan teve uma febre em casa, passou 24 horas em uso de medicação indicada pela pediatra e não houve melhora dessa febre, atingindo a temperatura por volta de 38,5 a 38.9, isso na quarta (24) à noite e na quinta (25). Na sexta (26) pela manhã, levamos a criança no HEC, para ser atendido e fazer algum exame para investigar essa febre, também apresentava sintomas de náuseas, mas ele estava hidratado, corado, não estava vomitando, ele teve uma crise de vômito em casa e nem estava com diarreia. Fomos diretamente ao HEC, porque ele é apenas um bebê de 1 ano e 3 meses".

Atendimento no HEC

na sala vermelha não tivesse o material correto e necessário para prestar o atendimento ao meu filho, minha indignação é essa, porque não sei o que foi fizeram com ele, mas quando finalmente transferiram ele para o HEC, depois que o estrago estava feito, o ressuscitaram e me deram a notícia, ao pegar ele no colo, vi que a criança estava ferida e machucada, o nariz dele estava cheio de sangue, atrás do corpinho dele no lençol tinha muito sangue, estava com alguns cortes e arranhões, foi uma cena traumatizante para mim, porque nunca deixei meu filho cair em casa para se cortar e se machucar desse jeito, para pegar meu filho morto nos braços, cheio de sangue".

Demora no transporte da UPA para o HEC 

Essa medida, que resguarda o paciente e equipe profissional, tem amparo no Código de Ética Médica, Capítulo IX, Artigo 75, em que é vedado "fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente". Ainda no Artigo 73, parágrafo único, a divulgação permanece proibida "mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido".

O respaldo dessa medida de não divulgação também está na Lei de Acesso à Informação (art. 31, & 1º, I da Lei nº 12.527), norma que garante 100 anos de sigilo para informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem.

UPA Estadual Nota de Esclarecimento

Cumprindo determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM), a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e suas unidades não comentam casos específicos, preservando a privacidade e ética médica. O respaldo dessa medida também se baseia na Lei de Acesso à Informação, assegurando sigilo por 100 anos para informações pessoais. A direção da UPA Estadual de Feira de Santana lamenta o óbito e está disponível para prestar quaisquer esclarecimentos aos familiares.

Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão

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