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Despedida de Wanda Chase reúne grandes nomes do Axé e dos blocos afro

Os tambores do Olodum e do Ilê Aiyê, dois dos principais blocos afro da Bahia, se aliaram à percussão da Banda Didá na tarde desta sexta-feira (4). O encontro essencialmente carnavalesco foi a forma de homenagear a jornalista Wanda Chase, que morreu nessa quinta-feira (3), aos 74 anos. O corpo dela foi cremado por volta das 16h30 desta sexta, no Cemitério Campo Santo, em Salvador.LUTO
Despedida de Wanda Chase reúne grandes nomes do Axé e dos blocos afro
Caixão com corpo da jornalista foi levado em cortejo guiado por Carlinhos Brown, integrantes do Ilê Aiyê, Olodum e Banda Didá
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Larissa Almeida

Publicado em 4 de abril de 2025 às 18:24

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Clarindo Silva e Carlinhos Brown à frente do cortejo no Campo Santo
Clarindo Silva e Carlinhos Brown à frente do cortejo no Campo Santo Crédito: Marina Silva/ CORREIO
Os tambores do Olodum e do Ilê Aiyê, dois dos principais blocos afro da Bahia, se aliaram à percussão da Banda Didá na tarde desta sexta-feira (4). O encontro essencialmente carnavalesco foi a forma de homenagear a jornalista Wanda Chase, que morreu nessa quinta-feira (3), aos 74 anos. O corpo dela foi cremado por volta das 16h30 desta sexta, no Cemitério Campo Santo, em Salvador.
Com os vocais entoando os versos de 'Evangelização', música do Olodum, Carlinhos Brown, um dos grandes nomes do Axé que não deixou passar a oportunidade de se despedir da jornalista, guiou o caixão com o corpo de Wanda até o crematório. Antes, ele havia ressaltado o legado deixado por ela.

"Ela foi uma grande ativista que chegou na Bahia com um olhar importante para tudo que o Olodum e a Timbalada fizeram, para tudo que o Ilê Aiyê significa para nós e para todas as comunidades, afinal, Wanda se dedicou muito à origem dessas ONGs que geraram esses grandes artistas", destacou Brown.
Antônio Carlos, o Vovô do Ilê, que conheceu Wanda quando ela ainda morava em Recife, exaltou as contribuições que a amiga fez ao Ilê e o laço que os dois criaram. "Ela contribuiu para a influência do Ilê Aiyê em Pernambuco, tínhamos trocas, eu ia à casa dela, ela ficava em minha casa. Era uma irmandade", definiu.
[Wanda] era alguém de força, que soube puxar as nossas origens no momento em que precisávamos nos comunicar melhor e que deixa essa saudade enorme. Foi um choque, estamos todos em choque, mas a força e o legado dela são bem maiores", completou o músico.
Mesmo de religiões diferentes, Vovô e Wanda se entendiam, para além da amizade, no ativismo. "As pessoas ficavam falando, porque ela era evangélica, mas nunca prestei atenção nessa questão da religião, porque nosso objetivo era a luta pela negritude. Ela contribuiu para a televisão estar com uma cara mais preta", frisou Vovô.Lazinho, fundador e vocalista do Olodum, relembrou os anos de amizade com Wanda e a importância do espaço que ela abriu para o povo negro na TV baiana. "Ela nos colocava na tela de uma forma digna. Era uma mulher negra contando a história do povo negro. Quando um negro conta a história dele é diferente", ressaltou.Ao fim do cortejo, os instrumentistas do Ilê Aiyê cantaram 'O Mais Belo dos Belos (O Charme da Liberdade)' com instrumentos de sopro. Uma salva de palmas de centenas de pessoas, entre familiares, amigos, colegas de profissão e admiradores, marcou a despedida final da jornalista.

A cantora Márcia Short acompanhou o velório e o cortejo, mas, por estar emocionada, preferiu não dar entrevista. No local, também marcaram presença o cantor Tonho Matéria e a cantora Gilmelândia.
F. Correio 24 hs 

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