terça-feira, outubro 21, 2025

Abandono de parceiros em visitas íntimas choca Secretária da Mulher durante visita a presídio de Feira de Santana


A Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM), Neinha Bastos, realizou uma visita técnica na semana passada ao Conjunto Penal Feminino de Feira de Santana e relatou à reportagem um cenário de abandono por parte dos parceiros das mulheres custodiadas, bem como uma desproporcionalidade gritante nas visitas íntimas entre as unidades masculina e feminina. A ação da SMPM teve como objetivo avaliar a realidade das internas e planejar a ampliação de políticas públicas voltadas a elas.

“O que mais me chamou a atenção quando entrei naquele lugar foi o abandono dos parceiros delas, dos maridos, dos namorados. Aquelas mulheres ficam isoladas. Eles não as procuram, eles as abandonam,” afirmou Bastos.

A Secretária apresentou dados que, segundo ela, evidenciam a situação:

Existem quase 200 mulheres no presídio, e a visita íntima é “o mínimo” para elas.

Em contraste, há mais de 2.000 homens na unidade prisional masculina, e a visita íntima para eles é “constante”.

Essa disparidade motivou a busca por ações para “fortalecer, saber a raiz dessas mulheres que estão abandonadas, que não são procuradas” e entender como a política pública pode preencher essa lacuna para que elas não sofram tanto.

A visita técnica, realizada pela Secretaria da Mulher em outubro, também marcou o início das articulações para o programa Outubro Rosa dentro da unidade. O objetivo é garantir o acesso à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo de útero, com a realização de exames.

“Nós estamos no Outubro Rosa, com a prevenção do câncer de mama, levando essas mulheres a ter também a oportunidade de fazer os exames,” explicou Neinha Bastos. Ouça

A Secretária ressaltou a dificuldade logística para levar as detentas para exames externos, como mamografia, ultrassonografia da mama e preventivos ginecológicos, devido à necessidade de escolta, o que torna o processo muito difícil.

“A mamografia, a ultrassonografia da mama, uma endovaginal, um preventivo, procedimentos que já deveriam fazer, mas como tirar as detentas de lá para levá-las escoltadas, isso se torna muito mais difícil,” disse.

Ela reforçou, no entanto, que o compromisso com a saúde e a dignidade das mulheres não se restringe apenas a outubro, mas deve ser um trabalho contínuo. “Nós precisamos levar a saúde, aquilo que é direito da mulher, não importa onde ela esteja. Precisamos levar para essas mulheres a dignidade, mesmo estando naquele lugar,” pontuou Bastos.

Neinha Bastos mencionou que o atendimento de saúde existente na unidade é focado na parte clínica e emergencial, mas carece de exames mais abrangentes. A Secretaria está buscando parcerias para levar esses serviços às internas.

A Secretária finalizou com uma reflexão sobre a justiça e o amparo a mulheres em situações delicadas, citando o caso de uma interna que teria matado o companheiro depois que ele abusou da filha. “Qual a mãe não defenderia a sua filha quando ela é abusada ou estuprada? Então, o que a gente quer hoje é viabilizar, de modo que, o direito da mulher precisa ser respeitado, independentemente de ela estar fora ou dentro do presídio,” concluiu.

Blog Central de Polícia, com informações e fotos Denivaldo Costa (Rádio Subaé)

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