O crime brutal do garoto Gabriel Silva da Conceição Júnior, 10 anos, no dia 23 de julho, em Portão, na cidade de Lauro de Freitas, chocou a população baiana e teve repercussão nacional. Apuração do Informe Baiano com exclusividade revela novos elementos que podem causar reviravolta no caso. O laudo cadavérico feito pelo Departamento de Política Técnica (DPT) segue inconclusivo, assim como os estojos balísticos apresentados por terceiros.
A fonte do IB revela que o orifício de entrada e saída não tem o diâmetro das armas utilizadas pelas guarnições da Polícia Militar no dia da ocorrência. Os agentes portavam pistolas calibre .40 e uma CT calibre .40. Tudo indica que o tiro que atingiu Gabriel foi disparado por uma pistola 9 milímetros ou uma pistola 380.
O IB questionou oficialmente a PM sobre o caso e perguntou se as unidades ordinárias (companhias independentes) utilizam pistolas 9mm ou 380. Não houve resposta até o momento, mas oficiais e soldados garantiram ao IB que a instituição não utiliza esse tipo de armamento.
Outros fatores importantes sobre a ocorrência causam estranheza. Um deles é o suposto registro feito por uma câmera de segurança de uma residência. Porém, o morador se negou a entregar as imagens aos investigadores e com isso contribuir com a apuração. Além disso, um veículo Honda HRV vermelho, que estava próximo ao local onde a criança foi atingida, também foi danificado. O carro foi recolhido do local por ordem dos traficantes e não foi encaminhado para a delegacia. Uma foto obtida pelo IB mostra o automóvel marcado por uma bala no parabrisa.nem
Moradores se negam a falar sobre o caso, pois temem represálias dos traficantes. A área é comandada pelos criminosos ‘Van Van’ e ‘Joel Urso’, que eram os alvos da equipe que fazia a incursão no momento da fatalidade.
Outro detalhe descoberto pelo IB é que ’soldados’ do tráfico, junto com um familiar, inclusive, teriam recolhido as cápsulas que estavam espalhadas pelo chão. Foi comprovado que algumas dessas cápsulas são de pistola .40, arma da PM. Porém, isso não comprova que o tiro foi disparado pela guarnição, pois o projétil da arma que feriu Gabriel não foi localizado nem no corpo e nem no local do crime. Diante disso é possível que o DPT conclua que, de fato, houve troca de tiros antes da morte de Gabriel.
O dia da morte
Gabriel estava sentado no batente da porta de casa, em um domingo (23/07), quando um tiro acertou o seu pescoço. O menino foi socorrido inicialmente ao Hospital Menandro de Faria e depois transferido ao Hospital Geral do Estado, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos. Familiares disseram que a equipe da 52ª CIPM já chegou ao local atirando na Avenida Costa, rua onde fica a casa da vítima. “Foi tudo muito rápido, as coisas estavam sossegadas e eles chegaram atirando na rua, o que não deu qualquer chance de defesa dele porque todo mundo foi surpreendido porque até então estava tudo bem”, disse um familiar na época.

Os policiais negam e sustentam que faziam rondas quando encontraram um homem em atitude suspeita. Esse bandido, segundo os policiais, disparou tiros e feriu Gabriel. Depois, conforme a versão policial, outros homens armados teriam se juntado a este criminoso para atirar contra os PMs, que revidaram. Equipes da CIPT Rondesp RMS chegaram em apoio à 52ª CIPM e os indivíduos fugiram.
Informe baiano
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